Vayera
Resumo da
Parashá
A Parashat Vayerá Resumida
A Parashá Vayerá inicia-se com a incrível demonstração de bondade
por Avraham (Abraão), àqueles que ele pensa serem três homens, mas que na
verdade são anjos enviados por D'us, pesar de seu extremo desconforto pelo
recente brit milá, circuncisão.
Os anjos entregam sua mensagem, declarando que Sara milagrosamente
dará à luz a seu primeiro filho no prazo de um ano, com a idade de 90 anos (o
próprio Avraham teria cem anos). Em seguida, eles seguem para a cidade de
Sodoma. D'us informa a Avraham que as cidades de Sodoma e Gomorra serão
destruídas por causa da perversidade, e Avraham responde com uma longa prece e
dialoga com D'us pedindo pelo salvamento das cidades.
Incapaz de encontrar dez cidadãos íntegros, D'us começa a destruir
as cidades, mas não antes que os anjos salvem o sobrinho de Avraham, Lot e sua
família, da destruição. Acreditando que o mundo inteiro havia sido destruído,
as duas filhas de Lot embebedam o pai, para que ambas possam ficar grávidas
dele, e cada uma acaba tendo um filho.
Sara é raptada por Avimelech, o rei de G'rar, que não havia
percebido que ela era casada. D'us reage castigando-o com uma peste, que o
impede de tocá-la, e informa Avimelech que Sara é casada, quando então é
imediatamente libertada.
Sara concebe e dá à Luz Yitschac (Isaac), e Avraham faz uma grande
comemoração. Sara vê Ishmael (o filho de Avraham com Hagar) como uma ameaça ao
bem-estar espiritual de seu próprio filho. Relutante a princípio, Avraham segue
a ordem de D'us, de dar ouvidos à esposa, expulsando Ishmael e Hagar de sua
casa. Com Ishmael a ponto de morrer de sede no deserto, D'us escuta seus gritos
e faz com que Hagar encontre um poço de água, e com isso o jovem é salvo.
Avraham assina um pacto com Avimelech na cidade de Be'er Sheva, e
vivem em paz por muitos anos. A porção da Torá conclui com a akeidá, o altar, o
décimo e último teste de Avraham, no qual ele demonstra sua boa vontade em
aquiescer à ordem do Criador, de oferecer seu amado filho Yitschac em
sacrifício.
Mensagem da Parashá
Lições da Parashat Vayerá
Aproveitando o Tempo
Você está recostado em sua poltrona, relaxado e envolvido num
excelente livro, bebericando um copo de limonada gelada. Apreciando totalmente
este descanso muito valorizado, é subitamente interrompido pelo som do
telefone. Hesitante, pega o receptor para ouvir a voz de seu amigo, David. Ele
está se mudando hoje e precisa de ajuda para carregar algumas caixas. Não
desejando perturbar seu tempo de folga com nenhuma espécie de trabalho pesado,
você responde quase mecanicamente que não, pois está ocupado agora. Desligando
o telefone, volta à trama absorvente do livro.
A Torá, no início da porção desta semana, descreve com riqueza de
detalhes como Avraham, quando visitado por três hóspedes, demonstrou enorme
solicitude em servi-los e cuidar deles. Avraham "apressou-se a ir à tenda
de Sara," para que ela pudesse preparar pão fresco, ele "correu até o
rebanho" para preparar as melhores iguarias, e então "ficou de pé,
perto deles, debaixo da árvore", enquanto comiam na sombra, assegurando-se
de que cada necessidade lhes fosse fornecida (Bereshit 18:6-8).
Rabeinu Bachya destaca que, embora Avraham fosse um homem idoso e
estivesse fraco por causa da circuncisão que fizera apenas três dias antes, e
apesar de ter muitos servos que poderiam ter atendido os hóspedes, em sinal de
respeito Avraham fez tudo sozinho, com grande zelo e entusiasmo.
Ao final da porção da Torá há uma outra situação, na qual Avraham
demonstra seu caráter zeloso. Na manhã em que Avraham levantou-se para realizar
a akeidá, o sacrifício, a Torá relata que "ele se levantou cedo" para
cumprir a mitsvá. Nesta difícil situação, quando Avraham recebeu ordem de levar
o filho amado, pelo qual esperara ansiosamente por tantos anos, como uma
oferenda, poder-se-ia pensar que a última coisa que a pessoa faria fosse
acordar cedo para embarcar nesta missão! Mesmo assim, vemos que Avraham o fez.
Como é possível?
Uma vez mais, temos um exemplo da personificação de Avraham da
qualidade de ser zeloso, rápido e entusiasta em cumprir as mitsvot, preceitos,
de D'us. Avraham desenvolveu este traço a tal ponto que, mesmo nesta situação
difícil e extremamente penosa, ainda foi capaz de superar o desejo natural de
protelar, chegando mesmo a levantar-se cedo para fazer a vontade de D'us.
Isso nos ensina uma lição inacreditável, que justamente quando a
situação é desconfortável, ainda temos a capacidade de cumprir uma mitsvá com
zelo e entusiasmo, e especialmente quando a mitsvá não é tão difícil.
Há um conceito bem conhecido na dinâmica humana conhecido como inércia
- tendência natural da pessoa de tentar permanecer tão inativa quanto possível.
Esta tendência intensifica-se quando se trata de cumprir mitsvot, porque há um
freio natural, a má inclinação, que fará todo o possível para impedir que a
pessoa faça uma ação que lhe possibilitará uma recompensa no Mundo Vindouro.
Com isto em mente, temos uma pergunta: Como a pessoa adquire a característica
de Avraham? Como subrepuja sua indolência natural para atingir a grandeza?
Há duas maneiras de fazer isso: Rabi Moshê Chaim Luzzatto explica
que podemos fazê-lo, concentrando-nos em todas as coisas que D'us realiza para
nós, pois se pudermos reconhecer todo o bem que Ele nos concede, e as enormes
maravilhas que realiza desde o dia em que nascemos até nossos últimos, sem
dúvida nos apressaremos em fazer o possível para retribuir, com toda nossa
capacidade, cumprindo a Torá e exaltando Seu nome.
A segunda maneira, diz Chafetz Chaim, é reconhecer a importância
de cada minuto. Sabemos que cada palavra da Torá que a pessoa estuda é uma
mitsvá por si mesma. Se a pessoa fala à velocidade normal, seriam
aproximadamente duzentas palavras por minuto, portanto, se a pessoa fala sobre
a Torá por um minuto, realiza duzentas mitsvot de uma só vez. Agora pense: se a
pessoa estuda por quinze minutos, cumpre três mil mitsvot! Se aprender por uma
hora, faz doze mil mitsvot! E se a pessoa estuda o dia inteiro? Que tal alguns
dias? Todas as mitsvot vão se somando, e quanto mais mitsvot cumpre, mais recompensa
recebe. Dentro de pouco tempo, terá a capacidade de cumprir milhões!
É através deste reconhecimento que adquirimos o desejo de utilizar
cada momento da maneira mais completa, seja estudando Torá, ajudando o próximo.
Porém, precisamos de uma presteza e zelo especiais para nos assegurar de que
corremos para fazê-las, e ao mesmo tempo buscando a certeza de que são
cumpridas adequadamente.
A idéia de valorizar cada momento foi explicada numa parábola por
rabi Moshe Yitschac Hadarshan. Imagine se todos aqueles que estão no cemitério
recebessem outra meia-hora de vida, para conseguir tanta recompensa celestial
quanto lhes fosse possível. Veríamos pessoas correndo para lá e para cá,
estudando Torá, visitando os doentes, rezando, consolando os enlutados e fazendo
caridade, cada pessoa de acordo com sua habilidade. E se essas pessoas
recebessem algumas horas de vida, ou mesmo alguns dias? Não tentariam utilizar
o tempo para cumprir tantas mitsvot quanto lhes fosse possível? E quanto a nós
- quem de nós sabe quanto tempo ainda lhe resta?
É bem como disse o Chafetz Chaim certa vez: "A vida é como um
cartão postal. Quando iniciamos uma viagem, escrevemos em letras grandes e
espalhadas. Mas quando vemos que o espaço para escrever no cartão está acabando
e ainda há tanto a dizer, começamos a escrever em letras cada vez menores,
espremendo as palavras onde quer que haja um cantinho."
Ocorre o mesmo com nosso cumprimento de mitsvot; não somos tão
cuidadosos sobre fazer todo o possível porque achamos que há muito tempo à
disposição. Mas com o passar da vida, percebemos como o tempo é escasso na
verdade, e tentamos espremer tantas mitsvot quantas pudermos. Entretanto, se
percebermos agora o valor do tempo, podemos utilizá-lo ao máximo de nossa
capacidade.
Por isso, quando estivermos em casa, prazerosamente lendo um livro
ou qualquer outra coisa que preferiríamos não interromper, devemos refletir
novamente naqueles métodos de incrementar o cumprimento da mitsvá. Devemos nos
lembrar como D'us é bom para nós, e o quanto devemos realizar para retribuir
pelo menos uma fração disso. Devemos ter em mente a importância e valor de cada
minuto e de cada mitsvá. Por fim, devemos considerar que não importa o desafio
que seja o cumprimento de uma mitsvá, é um desafio maior que o foi para Avraham
levar seu filho ao sacrifício?
Com este reconhecimento, que possamos merecer a realização de mais
preceitos, elevando desta maneira nossa recompensa, tanto neste mundo como no
Mundo Vindouro.
E quanto a David?
por Matthew Leader
Se fosse feita uma enquete para descobrir qual livro da Torá é o
mais popular, não há dúvida que o Livro Bereshit ganharia facilmente. Como a
parte conotativa da "Maior História Jamais Contada", as primeiras
porções parecem nos proporcionar o pano de fundo necessário para entender como
nos tornamos uma nação, e o que somos agora. Entretanto, sabemos que as
histórias em Bereshit não são apenas narrativas para entretenimento. Cada um de
nossos antepassados representa um atributo específico que devemos nos esforçar
para atingir, e cada evento de suas vidas pode nos ensinar algo pertinente,
mesmo nos dias de hoje.
O tema desta porção é obviamente a vida de Avraham, e a porção da
Torá conecta muitos dos maiores eventos de sua vida: sua circuncisão, o
nascimento de Yitschac, o exílio de Hagar e Yishmael, e finalmente o teste
definitivo da akeidá. Entretanto, em meio a todos estes eventos familiares está
algo que de certa forma parece não se encaixar, a história da destruição da
cidade de Sodoma e as preces de Avraham pelo bem da cidade.
Quanto à história que presumimos ser uma advertência, não nos
foram dados muitos detalhes no texto sobre o que realmente aconteceu em Sodoma,
para que a cidade recebesse atenção Divina tão espetacular.
A narrativa descreve como os habitantes de Sodoma abordavam os
visitantes da cidade. Entretanto, entendemos que devia haver ainda mais
perversidade, e há na verdade toda uma lista de ofensas que o Midrash e os
comentários atribuem aos sodomitas. Uma das mais infames é que eles se opunham
ferozmente a qualquer forma de hospitalidade; outra é sua sólida crença no
princípio "mesmo se eu não perder, não quero que você ganhe". Mas
aquilo que o Ramban nos conta ter selado o destino da cidade foi sua recusa em
tomar conta dos pobres. Todas as sociedades daquela época tinham algum sistema
para ajudar os menos afortunados. Mas se o comportamento deles era tão mau, por
que Hashem decidiu destruí-los naquela ocasião específica?
Certamente os visitantes e os pobres da cidade tinham estado em
sofrimento por muitos anos. E nossa segunda dúvida é: o que isso tem a ver
conosco hoje?
Obviamente podemos sempre doar mais, porém a maioria de nós ajuda
o próximo de alguma maneira, seja através da Federação Judaica local, da
hospitalidade no Shabat, ou em trocados que se dá aos necessitados.
Talvez uma pergunta responda a outra. A idéia de hospitalidade ou
cuidados com os pobres não seja simplesmente "ser bom". Na verdade,
atinge a própria razão de nossa existência. Resumindo, a humanidade foi posta
nesta terra para santificar o nome de D'us, e a maneira pela qual o fazemos é
imitando tantos atributos Divinos quantos pudermos. Quando ajudamos uma pessoa,
estamos na verdade manifestando os atributos de chesed de Hashem – bondade e
rachamim – misericórdia. Se uma nação, grupo ou cidade se recusa a cumprir suas
responsabilidades básicas nesta área, então desistiram de sua razão de existir.
Esta mensagem tinha de ser transmitida na história de Avraham, que personificou
as características de chesed e rachamim. Desde seu atendimento aos anjos que
visitaram sua tenda até o ponto alto da akeidá, Avraham representou tudo aquilo
que os sodomitas rejeitaram. Sem o episódio quase irônico do justo Avraham
argumentando com Hashem para salvar os pecadores de Sodoma, teríamos omitido
boa parte da história.
Estas mensagens não são apenas grandes idéias filosóficas para que
pensemos a respeito. Uma das formas pela qual os sodomitas demonstravam sua
falta de respeito pela humanidade e por D’us foi sua subversão das regras de
"jogo limpo", ao roubarem uns dos outros quantias que eram pequenas
demais para serem recuperáveis no tribunal. Na verdade, muitos de nós
provavelmente já testemunhamos a seguinte cena: passeando pelos corredores do
mercado local, você espiona nosso protagonista David em frente a uma gôndola de
uvas com aparência deliciosa. São grandes e suculentas. Porém, David está
pensando que não vai levar alguns cachos para casa sem primeiro saber se são
tão boas quanto aparentam, então arranca duas uvas para "testar".
Certamente há um aviso advertindo os fregueses a não cometer este furto
gastronômico, mas, reflete David: "O que podem fazer – processar-me por
causa de uma uva?"
Bem, David, é aí que queremos chegar. Aprendemos de Avraham o
quanto ganhamos por pensar nas necessidades dos outros e não querer tudo para
nós mesmos. Em total contraste, Sodoma nos ensina que, ao usarmos nossa
criatividade para tirar algo que não nos pertence, estamos apenas embarcando na
funesta rota da destruição.
PARASHAH
VAYERA
TEXTO BÍBLICO
Gn 18:1-22:24
TEXTO BÍBLICO
Gn 18:1-22:24
Gn 18
1 Apareceu o ETERNO a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia.
2 Levantou ele os olhos, olhou, e eis três homens de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, prostrou-se em terra
3 e disse: meu Senhor, se acho mercê em tua presença, rogo-te que não passes do teu servo;
4 traga-se um pouco de água, lavai os pés e repousai debaixo desta árvore;
5 trarei um bocado de pão; refazei as vossas forças, visto que chegastes até vosso servo; depois, seguireis avante. Responderam: Faze como disseste.
6 Apressou-se, pois, Abraão para a tenda de Sara e lhe disse: Amassa depressa três medidas de flor de farinha e faze pão assado ao borralho.
7 Abraão, por sua vez, correu ao gado, tomou um novilho, tenro e bom, e deu-o ao criado, que se apressou em prepará-lo.
8 Tomou também coalhada e leite e o novilho que mandara preparar e pôs tudo diante deles; e permaneceu de pé junto a eles debaixo da árvore; e eles comeram.
9 Então, lhe perguntaram: Sara, tua mulher, onde está? Ele respondeu: Está aí na tenda.
10 Disse um deles: Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mulher, dará à luz um filho. Sara o estava escutando, à porta da tenda, atrás dele.
11 Abraão e Sara eram já velhos, avançados em idade; e a Sara já lhe havia cessado o costume das mulheres.
12 Riu-se, pois, Sara no seu íntimo, dizendo consigo mesma: Depois de velha, e velho também o meu senhor, terei ainda prazer?
13 Disse o ETERNO a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Será verdade que darei ainda à luz, sendo velha?
14 Acaso, para o ETERNO há coisa demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho.
15 Então, Sara, receosa, o negou, dizendo: Não me ri. Ele, porém, disse: Não é assim, é certo que riste.
16 Tendo-se levantado dali aqueles homens, olharam para Sodoma; e Abraão ia com eles, para os encaminhar.
17 Disse o ETERNO: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer,
18 visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?
19 Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do ETERNO e pratiquem a justiça e o juízo; para que o ETERNO faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito.
20 Disse mais o ETERNO: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito.
21 Descerei e verei se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei.
22 Então, partiram dali aqueles homens e foram para Sodoma; porém Abraão permaneceu ainda na presença do ETERNO.
23 E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio?
24 Se houver, porventura, cinqüenta justos na cidade, destruirás ainda assim e não pouparás o lugar por amor dos cinqüenta justos que nela se encontram?
25 Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?
26 Então, disse o ETERNO: Se eu achar em Sodoma cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei a cidade toda por amor deles.
27 Disse mais Abraão: Eis que me atrevo a falar ao ETERNO, eu que sou pó e cinza.
28 Na hipótese de faltarem cinco para cinqüenta justos, destruirás por isso toda a cidade? Ele respondeu: Não a destruirei se eu achar ali quarenta e cinco.
29 Disse-lhe ainda mais Abraão: E se, porventura, houver ali quarenta? Respondeu: Não o farei por amor dos quarenta.
30 Insistiu: Não se ire o ETERNO, falarei ainda: Se houver, porventura, ali trinta? Respondeu o ETERNO: Não o farei se eu encontrar ali trinta.
31 Continuou Abraão: Eis que me atrevi a falar ao ETERNO: Se, porventura, houver ali vinte? Respondeu o ETERNO: Não a destruirei por amor dos vinte.
32 Disse ainda Abraão: Não se ire o ETERNO, se lhe falo somente mais esta vez: Se, porventura, houver ali dez? Respondeu o ETERNO: Não a destruirei por amor dos dez.
33 Tendo cessado de falar a Abraão, retirou-se o ETERNO; e Abraão voltou para o seu lugar.
1 Apareceu o ETERNO a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia.
2 Levantou ele os olhos, olhou, e eis três homens de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, prostrou-se em terra
3 e disse: meu Senhor, se acho mercê em tua presença, rogo-te que não passes do teu servo;
4 traga-se um pouco de água, lavai os pés e repousai debaixo desta árvore;
5 trarei um bocado de pão; refazei as vossas forças, visto que chegastes até vosso servo; depois, seguireis avante. Responderam: Faze como disseste.
6 Apressou-se, pois, Abraão para a tenda de Sara e lhe disse: Amassa depressa três medidas de flor de farinha e faze pão assado ao borralho.
7 Abraão, por sua vez, correu ao gado, tomou um novilho, tenro e bom, e deu-o ao criado, que se apressou em prepará-lo.
8 Tomou também coalhada e leite e o novilho que mandara preparar e pôs tudo diante deles; e permaneceu de pé junto a eles debaixo da árvore; e eles comeram.
9 Então, lhe perguntaram: Sara, tua mulher, onde está? Ele respondeu: Está aí na tenda.
10 Disse um deles: Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mulher, dará à luz um filho. Sara o estava escutando, à porta da tenda, atrás dele.
11 Abraão e Sara eram já velhos, avançados em idade; e a Sara já lhe havia cessado o costume das mulheres.
12 Riu-se, pois, Sara no seu íntimo, dizendo consigo mesma: Depois de velha, e velho também o meu senhor, terei ainda prazer?
13 Disse o ETERNO a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Será verdade que darei ainda à luz, sendo velha?
14 Acaso, para o ETERNO há coisa demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho.
15 Então, Sara, receosa, o negou, dizendo: Não me ri. Ele, porém, disse: Não é assim, é certo que riste.
16 Tendo-se levantado dali aqueles homens, olharam para Sodoma; e Abraão ia com eles, para os encaminhar.
17 Disse o ETERNO: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer,
18 visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?
19 Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do ETERNO e pratiquem a justiça e o juízo; para que o ETERNO faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito.
20 Disse mais o ETERNO: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito.
21 Descerei e verei se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei.
22 Então, partiram dali aqueles homens e foram para Sodoma; porém Abraão permaneceu ainda na presença do ETERNO.
23 E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio?
24 Se houver, porventura, cinqüenta justos na cidade, destruirás ainda assim e não pouparás o lugar por amor dos cinqüenta justos que nela se encontram?
25 Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?
26 Então, disse o ETERNO: Se eu achar em Sodoma cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei a cidade toda por amor deles.
27 Disse mais Abraão: Eis que me atrevo a falar ao ETERNO, eu que sou pó e cinza.
28 Na hipótese de faltarem cinco para cinqüenta justos, destruirás por isso toda a cidade? Ele respondeu: Não a destruirei se eu achar ali quarenta e cinco.
29 Disse-lhe ainda mais Abraão: E se, porventura, houver ali quarenta? Respondeu: Não o farei por amor dos quarenta.
30 Insistiu: Não se ire o ETERNO, falarei ainda: Se houver, porventura, ali trinta? Respondeu o ETERNO: Não o farei se eu encontrar ali trinta.
31 Continuou Abraão: Eis que me atrevi a falar ao ETERNO: Se, porventura, houver ali vinte? Respondeu o ETERNO: Não a destruirei por amor dos vinte.
32 Disse ainda Abraão: Não se ire o ETERNO, se lhe falo somente mais esta vez: Se, porventura, houver ali dez? Respondeu o ETERNO: Não a destruirei por amor dos dez.
33 Tendo cessado de falar a Abraão, retirou-se o ETERNO; e Abraão voltou para o seu lugar.
Gn 19
1 Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra.
2 E disse-lhes: Eis agora, meus senhores, vinde para a casa do vosso servo, pernoitai nela e lavai os pés; levantar-vos-eis de madrugada e seguireis o vosso caminho. Responderam eles: Não; passaremos a noite na praça.
3 Instou-lhes muito, e foram e entraram em casa dele; deu-lhes um banquete, fez assar uns pães asmos, e eles comeram.
4 Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;
5 e chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles.
6 Saiu-lhes, então, Ló à porta, fechou-a após si
7 e lhes disse: Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal;
8 tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei; tratai-as como vos parecer, porém nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto.
9 Eles, porém, disseram: Retira-te daí. E acrescentaram: Só ele é estrangeiro, veio morar entre nós e pretende ser juiz em tudo? A ti, pois, faremos pior do que a eles. E arremessaram-se contra o homem, contra Ló, e se chegaram para arrombar a porta.
10 Porém os homens, estendendo a mão, fizeram entrar Ló e fecharam a porta;
11 e feriram de cegueira aos que estavam fora, desde o menor até ao maior, de modo que se cansaram à procura da porta.
12 Então, disseram os homens a Ló: Tens aqui alguém mais dos teus? Genro, e teus filhos, e tuas filhas, todos quantos tens na cidade, faze-os sair deste lugar;
13 pois vamos destruir este lugar, porque o seu clamor se tem aumentado, chegando até à presença do ETERNO; e o ETERNO nos enviou a destruí-lo.
14 Então, saiu Ló e falou a seus genros, aos que estavam para casar com suas filhas e disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o ETERNO há de destruir a cidade. Acharam, porém, que ele gracejava com eles.
15 Ao amanhecer, apertaram os anjos com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, que aqui se encontram, para que não pereças no castigo da cidade.
16 Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o ETERNO misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade.
17 Havendo-os levado fora, disse um deles: Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças.
18 Respondeu-lhes Ló: Assim não, meu Senhor!
19 Eis que o teu servo achou mercê diante de ti, e engrandeceste a tua misericórdia que me mostraste, salvando-me a vida; não posso escapar no monte, pois receio que o mal me apanhe, e eu morra.
20 Eis aí uma cidade perto para a qual eu posso fugir, e é pequena. Permite que eu fuja para lá (porventura, não é pequena?), e nela viverá a minha alma.
21 Disse-lhe: Quanto a isso, estou de acordo, para não subverter a cidade de que acabas de falar.
22 Apressa-te, refugia-te nela; pois nada posso fazer, enquanto não tiveres chegado lá. Por isso, se chamou Zoar o nome da cidade.
23 Saía o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar.
24 Então, fez o ETERNO chover enxofre e fogo, da parte do ETERNO, sobre Sodoma e Gomorra.
25 E subverteu aquelas cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra.
26 E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal.
27 Tendo-se levantado Abraão de madrugada, foi para o lugar onde estivera na presença do ETERNO;
28 e olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina e viu que da terra subia fumaça, como a fumarada de uma fornalha.
29 Ao tempo que destruía as cidades da campina, lembrou-se D-us de Abraão e tirou a Ló do meio das ruínas, quando subverteu as cidades em que Ló habitara.
30 Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas.
31 Então, a primogênita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco, segundo o costume de toda terra.
32 Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai.
33 Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entrando a primogênita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou.
34 No dia seguinte, disse a primogênita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai.
35 De novo, pois, deram, aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou.
36 E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai.
37 A primogênita deu à luz um filho e lhe chamou Moabe: é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje.
38 A mais nova também deu à luz um filho e lhe chamou Ben-Ami: é o pai dos filhos de Amom, até ao dia de hoje.
1 Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra.
2 E disse-lhes: Eis agora, meus senhores, vinde para a casa do vosso servo, pernoitai nela e lavai os pés; levantar-vos-eis de madrugada e seguireis o vosso caminho. Responderam eles: Não; passaremos a noite na praça.
3 Instou-lhes muito, e foram e entraram em casa dele; deu-lhes um banquete, fez assar uns pães asmos, e eles comeram.
4 Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;
5 e chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles.
6 Saiu-lhes, então, Ló à porta, fechou-a após si
7 e lhes disse: Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal;
8 tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei; tratai-as como vos parecer, porém nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto.
9 Eles, porém, disseram: Retira-te daí. E acrescentaram: Só ele é estrangeiro, veio morar entre nós e pretende ser juiz em tudo? A ti, pois, faremos pior do que a eles. E arremessaram-se contra o homem, contra Ló, e se chegaram para arrombar a porta.
10 Porém os homens, estendendo a mão, fizeram entrar Ló e fecharam a porta;
11 e feriram de cegueira aos que estavam fora, desde o menor até ao maior, de modo que se cansaram à procura da porta.
12 Então, disseram os homens a Ló: Tens aqui alguém mais dos teus? Genro, e teus filhos, e tuas filhas, todos quantos tens na cidade, faze-os sair deste lugar;
13 pois vamos destruir este lugar, porque o seu clamor se tem aumentado, chegando até à presença do ETERNO; e o ETERNO nos enviou a destruí-lo.
14 Então, saiu Ló e falou a seus genros, aos que estavam para casar com suas filhas e disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o ETERNO há de destruir a cidade. Acharam, porém, que ele gracejava com eles.
15 Ao amanhecer, apertaram os anjos com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, que aqui se encontram, para que não pereças no castigo da cidade.
16 Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o ETERNO misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade.
17 Havendo-os levado fora, disse um deles: Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças.
18 Respondeu-lhes Ló: Assim não, meu Senhor!
19 Eis que o teu servo achou mercê diante de ti, e engrandeceste a tua misericórdia que me mostraste, salvando-me a vida; não posso escapar no monte, pois receio que o mal me apanhe, e eu morra.
20 Eis aí uma cidade perto para a qual eu posso fugir, e é pequena. Permite que eu fuja para lá (porventura, não é pequena?), e nela viverá a minha alma.
21 Disse-lhe: Quanto a isso, estou de acordo, para não subverter a cidade de que acabas de falar.
22 Apressa-te, refugia-te nela; pois nada posso fazer, enquanto não tiveres chegado lá. Por isso, se chamou Zoar o nome da cidade.
23 Saía o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar.
24 Então, fez o ETERNO chover enxofre e fogo, da parte do ETERNO, sobre Sodoma e Gomorra.
25 E subverteu aquelas cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra.
26 E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal.
27 Tendo-se levantado Abraão de madrugada, foi para o lugar onde estivera na presença do ETERNO;
28 e olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina e viu que da terra subia fumaça, como a fumarada de uma fornalha.
29 Ao tempo que destruía as cidades da campina, lembrou-se D-us de Abraão e tirou a Ló do meio das ruínas, quando subverteu as cidades em que Ló habitara.
30 Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas.
31 Então, a primogênita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco, segundo o costume de toda terra.
32 Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai.
33 Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entrando a primogênita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou.
34 No dia seguinte, disse a primogênita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai.
35 De novo, pois, deram, aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou.
36 E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai.
37 A primogênita deu à luz um filho e lhe chamou Moabe: é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje.
38 A mais nova também deu à luz um filho e lhe chamou Ben-Ami: é o pai dos filhos de Amom, até ao dia de hoje.
Gn 20
1 Partindo Abraão dali para a terra do Neguebe, habitou entre Cades e Sur e morou em Gerar.
2 Disse Abraão de Sara, sua mulher: Ela é minha irmã; assim, pois, Abimeleque, rei de Gerar, mandou buscá-la.
3 D-us, porém, veio a Abimeleque em sonhos de noite e lhe disse: Vais ser punido de morte por causa da mulher que tomaste, porque ela tem marido.
4 Ora, Abimeleque ainda não a havia possuído; por isso, disse: ETERNO, matarás até uma nação inocente?
5 Não foi ele mesmo que me disse: É minha irmã? E ela também me disse: Ele é meu irmão. Com sinceridade de coração e na minha inocência, foi que eu fiz isso.
6 Respondeu-lhe D-us em sonho: Bem sei que com sinceridade de coração fizeste isso; daí o ter impedido eu de pecares contra mim e não te permiti que a tocasses.
7 Agora, pois, restitui a mulher a seu marido, pois ele é profeta e intercederá por ti, e viverás; se, porém, não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu.
8 Levantou-se Abimeleque de madrugada, e chamou todos os seus servos, e lhes contou todas essas coisas; e os homens ficaram muito atemorizados.
9 Então, chamou Abimeleque a Abraão e lhe disse: Que é isso que nos fizeste? Em que pequei eu contra ti, para trazeres tamanho pecado sobre mim e sobre o meu reino? Tu me fizeste o que não se deve fazer.
10 Disse mais Abimeleque a Abraão: Que estavas pensando para fazeres tal coisa?
11 Respondeu Abraão: Eu dizia comigo mesmo: Certamente não há temor de D-us neste lugar, e eles me matarão por causa de minha mulher.
12 Por outro lado, ela, de fato, é também minha irmã, filha de meu pai e não de minha mãe; e veio a ser minha mulher.
13 Quando D-us me fez andar errante da casa de meu pai, eu disse a ela: Este favor me farás: em todo lugar em que entrarmos, dirás a meu respeito: Ele é meu irmão.
14 Então, Abimeleque tomou ovelhas e bois, e servos e servas e os deu a Abraão; e lhe restituiu a Sara, sua mulher.
15 Disse Abimeleque: A minha terra está diante de ti; habita onde melhor te parecer.
16 E a Sara disse: Dei mil siclos de prata a teu irmão; será isto compensação por tudo quanto se deu contigo; e perante todos estás justificada.
17 E, orando Abraão, sarou D-us Abimeleque, sua mulher e suas servas, de sorte que elas pudessem ter filhos;
18 porque o ETERNO havia tornado estéreis todas as mulheres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão.
1 Partindo Abraão dali para a terra do Neguebe, habitou entre Cades e Sur e morou em Gerar.
2 Disse Abraão de Sara, sua mulher: Ela é minha irmã; assim, pois, Abimeleque, rei de Gerar, mandou buscá-la.
3 D-us, porém, veio a Abimeleque em sonhos de noite e lhe disse: Vais ser punido de morte por causa da mulher que tomaste, porque ela tem marido.
4 Ora, Abimeleque ainda não a havia possuído; por isso, disse: ETERNO, matarás até uma nação inocente?
5 Não foi ele mesmo que me disse: É minha irmã? E ela também me disse: Ele é meu irmão. Com sinceridade de coração e na minha inocência, foi que eu fiz isso.
6 Respondeu-lhe D-us em sonho: Bem sei que com sinceridade de coração fizeste isso; daí o ter impedido eu de pecares contra mim e não te permiti que a tocasses.
7 Agora, pois, restitui a mulher a seu marido, pois ele é profeta e intercederá por ti, e viverás; se, porém, não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu.
8 Levantou-se Abimeleque de madrugada, e chamou todos os seus servos, e lhes contou todas essas coisas; e os homens ficaram muito atemorizados.
9 Então, chamou Abimeleque a Abraão e lhe disse: Que é isso que nos fizeste? Em que pequei eu contra ti, para trazeres tamanho pecado sobre mim e sobre o meu reino? Tu me fizeste o que não se deve fazer.
10 Disse mais Abimeleque a Abraão: Que estavas pensando para fazeres tal coisa?
11 Respondeu Abraão: Eu dizia comigo mesmo: Certamente não há temor de D-us neste lugar, e eles me matarão por causa de minha mulher.
12 Por outro lado, ela, de fato, é também minha irmã, filha de meu pai e não de minha mãe; e veio a ser minha mulher.
13 Quando D-us me fez andar errante da casa de meu pai, eu disse a ela: Este favor me farás: em todo lugar em que entrarmos, dirás a meu respeito: Ele é meu irmão.
14 Então, Abimeleque tomou ovelhas e bois, e servos e servas e os deu a Abraão; e lhe restituiu a Sara, sua mulher.
15 Disse Abimeleque: A minha terra está diante de ti; habita onde melhor te parecer.
16 E a Sara disse: Dei mil siclos de prata a teu irmão; será isto compensação por tudo quanto se deu contigo; e perante todos estás justificada.
17 E, orando Abraão, sarou D-us Abimeleque, sua mulher e suas servas, de sorte que elas pudessem ter filhos;
18 porque o ETERNO havia tornado estéreis todas as mulheres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão.
Gn 21
1 Visitou o ETERNO a Sara, como lhe dissera, e o ETERNO cumpriu o que lhe havia prometido.
2 Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que D-us lhe falara.
3 Ao filho que lhe nasceu, que Sara lhe dera à luz, pôs Abraão o nome de Isaque.
4 Abraão circuncidou a seu filho Isaque, quando este era de oito dias, segundo D-us lhe havia ordenado.
5 Tinha Abraão cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.
6 E disse Sara: D-us me deu motivo de riso; e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo.
7 E acrescentou: Quem teria dito a Abraão que Sara amamentaria um filho? Pois na sua velhice lhe dei um filho.
8 Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia em que o menino foi desmamado, deu Abraão um grande banquete.
9 Vendo Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque,
10 disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho.
11 Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
12 Disse, porém, D-us a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência.
13 Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente.
14 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu. Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba.
15 Tendo-se acabado a água do odre, colocou ela o menino debaixo de um dos arbustos
16 e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e chorou.
17 D-us, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de D-us chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque D-us ouviu a voz do menino, daí onde está.
18 Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo.
19 Abrindo-lhe D-us os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz.
20 D-us estava com o rapaz, que cresceu, habitou no deserto e se tornou flecheiro;
21 habitou no deserto de Parã, e sua mãe o casou com uma mulher da terra do Egito.
22 Por esse tempo, Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, disseram a Abraão: D-us é contigo em tudo o que fazes;
23 agora, pois, jura-me aqui por D-us que me não mentirás, nem a meu filho, nem a meu neto; e sim que usarás comigo e com a terra em que tens habitado daquela mesma bondade com que eu te tratei.
24 Respondeu Abraão: Juro.
25 Nada obstante, Abraão repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água que os servos deste lhe haviam tomado à força.
26 Respondeu-lhe Abimeleque: Não sei quem terá feito isso; também nada me fizeste saber, nem tampouco ouvi falar disso, senão hoje.
27 Tomou Abraão ovelhas e bois e deu-os a Abimeleque; e fizeram ambos uma aliança.
28 Pôs Abraão à parte sete cordeiras do rebanho.
29 Perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam as sete cordeiras que puseste à parte?
30 Respondeu Abraão: Receberás de minhas mãos as sete cordeiras, para que me sirvam de testemunho de que eu cavei este poço.
31 Por isso, se chamou aquele lugar Berseba, porque ali juraram eles ambos.
32 Assim, fizeram aliança em Berseba; levantaram-se Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, e voltaram para as terras dos filisteus.
33 Plantou Abraão tamargueiras em Berseba e invocou ali o nome do ETERNO, D-us Eterno.
34 E foi Abraão, por muito tempo, morador na terra dos filisteus.
1 Visitou o ETERNO a Sara, como lhe dissera, e o ETERNO cumpriu o que lhe havia prometido.
2 Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que D-us lhe falara.
3 Ao filho que lhe nasceu, que Sara lhe dera à luz, pôs Abraão o nome de Isaque.
4 Abraão circuncidou a seu filho Isaque, quando este era de oito dias, segundo D-us lhe havia ordenado.
5 Tinha Abraão cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.
6 E disse Sara: D-us me deu motivo de riso; e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo.
7 E acrescentou: Quem teria dito a Abraão que Sara amamentaria um filho? Pois na sua velhice lhe dei um filho.
8 Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia em que o menino foi desmamado, deu Abraão um grande banquete.
9 Vendo Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque,
10 disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho.
11 Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
12 Disse, porém, D-us a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência.
13 Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente.
14 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu. Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba.
15 Tendo-se acabado a água do odre, colocou ela o menino debaixo de um dos arbustos
16 e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e chorou.
17 D-us, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de D-us chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque D-us ouviu a voz do menino, daí onde está.
18 Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo.
19 Abrindo-lhe D-us os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz.
20 D-us estava com o rapaz, que cresceu, habitou no deserto e se tornou flecheiro;
21 habitou no deserto de Parã, e sua mãe o casou com uma mulher da terra do Egito.
22 Por esse tempo, Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, disseram a Abraão: D-us é contigo em tudo o que fazes;
23 agora, pois, jura-me aqui por D-us que me não mentirás, nem a meu filho, nem a meu neto; e sim que usarás comigo e com a terra em que tens habitado daquela mesma bondade com que eu te tratei.
24 Respondeu Abraão: Juro.
25 Nada obstante, Abraão repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água que os servos deste lhe haviam tomado à força.
26 Respondeu-lhe Abimeleque: Não sei quem terá feito isso; também nada me fizeste saber, nem tampouco ouvi falar disso, senão hoje.
27 Tomou Abraão ovelhas e bois e deu-os a Abimeleque; e fizeram ambos uma aliança.
28 Pôs Abraão à parte sete cordeiras do rebanho.
29 Perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam as sete cordeiras que puseste à parte?
30 Respondeu Abraão: Receberás de minhas mãos as sete cordeiras, para que me sirvam de testemunho de que eu cavei este poço.
31 Por isso, se chamou aquele lugar Berseba, porque ali juraram eles ambos.
32 Assim, fizeram aliança em Berseba; levantaram-se Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, e voltaram para as terras dos filisteus.
33 Plantou Abraão tamargueiras em Berseba e invocou ali o nome do ETERNO, D-us Eterno.
34 E foi Abraão, por muito tempo, morador na terra dos filisteus.
Gn 22
1 Depois dessas coisas, pôs D-us Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
2 Acrescentou D-us: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.
3 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que D-us lhe havia indicado.
4 Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.
5 Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.
6 Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.
7 Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8 Respondeu Abraão: D-us proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.
9 Chegaram ao lugar que D-us lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha;
10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.
11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do ETERNO: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!
12 Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a D-us, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.
13 Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.
14 E pôs Abraão por nome àquele lugar-O ETERNO Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do ETERNO se proverá.
15 Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do ETERNO a Abraão
16 e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o ETERNO, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho,
17 que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos,
18 nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz.
19 Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência.
20 Passadas essas coisas, foi dada notícia a Abraão, nestes termos: Milca também tem dado à luz filhos a Naor, teu irmão:
21 Uz, o primogênito, Buz, seu irmão, Quemuel, pai de Arã,
22 Quésede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel.
23 Betuel gerou a Rebeca; estes oito deu à luz Milca a Naor, irmão de Abraão.
24 Sua concubina, cujo nome era Reumá, lhe deu também à luz filhos: Teba, Gaã, Taás e Maaca.
1 Depois dessas coisas, pôs D-us Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
2 Acrescentou D-us: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.
3 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que D-us lhe havia indicado.
4 Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.
5 Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.
6 Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.
7 Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8 Respondeu Abraão: D-us proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.
9 Chegaram ao lugar que D-us lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha;
10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.
11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do ETERNO: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!
12 Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a D-us, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.
13 Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.
14 E pôs Abraão por nome àquele lugar-O ETERNO Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do ETERNO se proverá.
15 Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do ETERNO a Abraão
16 e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o ETERNO, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho,
17 que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos,
18 nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz.
19 Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência.
20 Passadas essas coisas, foi dada notícia a Abraão, nestes termos: Milca também tem dado à luz filhos a Naor, teu irmão:
21 Uz, o primogênito, Buz, seu irmão, Quemuel, pai de Arã,
22 Quésede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel.
23 Betuel gerou a Rebeca; estes oito deu à luz Milca a Naor, irmão de Abraão.
24 Sua concubina, cujo nome era Reumá, lhe deu também à luz filhos: Teba, Gaã, Taás e Maaca.
HAFTARAH
VAYERA
TEXTO
BÍBLICO
A Haftará desta
semana é uma Haftará especial que lemos quando Rosh
Chodesh coincide com Shabat. Seus
últimos pessukim (versículos) estão relacionados tanto com Rosh
Chodesh, como com Shabat, como em tempos futuros quando o Povo visitará
ao Beit HaMikdash (3º Templo) para adorar a Hashem.
A Haftará começa com uma reprimenda profética ao Povo, que dava
importância ao serviço físico do Santuário, porém menosprezava seus valores
conceituais. O profeta Ieshaiahu reprova aqueles que, por um lado,
trazem oferendas, porém golpeiam a seu companheiro, ou que roubam o animal para
o sacrifício. Ieshaiahu proclama que Hashem, Quem criou todo o universo,
não necessita do Santuário e nem de nossas oferendas. Ele ordenou fazer o
serviço no Santuário para nosso benefício, como um meio para que nós
expressemos nosso agradecimento e respeito, porém a virtude interna é a idéia
principal. Quando isto faz falta, todo o resto não tem sentido.
Ieshaiahu narra a
redenção futura que será milagrosamente rápida e instantânea, logo após todas
as nações virão a Jerusalém, ao Beit HaMikdash para servir ao único e
verdadeiro D'us.
O rio eterno
"Como um rio, Lhe
levo paz a ela..." (Isaías, 66:12)
D'us declara que no
futuro Ele trará paz à nação Judia como um rio. O Talmud (Berachot,
56b) deduz, deste versículo, que aquele que sonha com um rio desfrutará de paz.
O Talmud cita outros dois versículos dos quais deduz que o sonhar com
um pássaro ou uma folha também são indicativo de paz. Como se pode entender
isto? A paz surge quando opostos vivem em harmonia. Uma folha simboliza paz,
porque permite ao fogo e a água coexistir. Um pássaro simboliza a pacífica
coexistência do físico e do etéreo, visto que um pássaro voa pelos céus e
caminha sobre a terra. E um rio é o lugar aonde tanto a chuva do céu, como
águas subterrâneas se encontram, e o rio conduz a água a áreas desabitadas para
o uso da humanidade. Portanto, na redenção futura, tanto a riqueza física como
a abundância espiritual se farão presentes em um só lugar, e o correto e justo
também será o próspero.
Sl 11
1 No ETERNO me refugio. Como dizeis, pois, à minha alma: Foge, como pássaro, para o teu monte?
2 Porque eis aí os ímpios, armam o arco, dispõem a sua flecha na corda, para, às ocultas, dispararem contra os retos de coração.
3 Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?
4 O ETERNO está no seu santo templo; nos céus tem o ETERNO seu trono; os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens.
5 O ETERNO põe à prova ao justo e ao ímpio; mas, ao que ama a violência, a sua alma o abomina.
6 Fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice.
7 Porque o ETERNO é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face.
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