Onde estava Deus no Holocausto?
Celebramos hoje o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, instituído pela ONU. Diversas cerimonias e homenagens costumam marcar a data, a maioria permeada por um viés político. A data judaica, embora contestada por setores radicais do judaísmo, é o Yom Hashoa, instituído pelo parlamento do Estado Judeu.
Tanto no Dia Internacional quanto no Yom Hashoa refletimos sobre a sistematização das mortes ocorridas em campos de extermínio, jurando jamais esquecer e nos comprometendo a garantir que a atrocidade não se repita. Não faltam filmes, imagens, artigos e livros relatando os horrores sofridos por judeus de várias nacionalidades e o quase extermínio – bem elaborado, anotado, registrado e organizado – do judaísmo europeu.
Impossível, para aqueles que acreditam em Deus, não questionar como isso pode ocorrer, como Ele não reagiu diante de uma catástrofe de dimensões jamais antes vistas. Se existe um Deus, como pode haver tanta barbárie, especialmente barbárie contra seu suposto Povo Escolhido? Por que Deus permitiu? Até o Papa fez essa pergunta. Como pode ser que o Criador assistiu passivamente suas criaturas serem assassinadas, asfixiadas, fuziladas, desprovidas de dignidade, sofrendo um processo de desumanização até perderem suas últimas energias para a fome e a miséria?
Esta irrespondível questão me foi ousadamente respondida em diversas ocasiões. Basicamente, li e ouvi três respostas. A primeira trata-se de responder a pergunta com outra pergunta, no estilo judaico: “Onde estava o Homem?” Essa é com certeza a resposta que menos satisfaz. Quer dizer, quando há coisas boas no mundo ou sucesso e progresso somos obrigados a reconhecer a mão divina, a divina providência, algo superior, mas quando crianças são cremadas em larga escala, devemos ocultar a presença divina? Quando convém, colocamos Deus na História. Porém quando a pergunta incomoda, dizemos que é culpa do Homem? Se a resposta fosse dada por um ateu seria aceitável. Mas quando religiosos respondem dessa maneira, a resposta torna-se superficial. Dizem que quem perpetua a maldade é o homem, mas temos que decidir: ou Deus deixa a “coisa rolar”, afasta-se do mundo totalmente e responsabiliza os seres humanos pelas decisões sem influenciar ou se preocupar, ou Deus está presente e ativo, pode se envolver no nosso cotidiano e determinar os rumos. Se escolhermos a primeira opção, negamos princípios judaicos. Se escolhermos a segunda, devemos incluir os anos 30 e 40 nessa visão e concepção de mundo. A resposta “Onde estava o Homem?” subestima nossa inteligência pois já sabemos sua resposta e desviamos o foco da questão.
A segunda resposta visa obter um nexo causal, uma relação de causa-consequência. O povo judeu abandona a Torá e a religião e, em troca, Deus abandona o povo judeu. Essa faz mais sentido. O judaísmo secular cresce no séc XIX e, como castigo, o Holocausto ocorre no século seguinte. Judeus que tentaram se assimilar e se desassociar do judaísmo são discriminados e mortos como judeus. Porém, como explicar a morte de 1,5 milhões de crianças? Por acaso crianças tem de sofrer pelas ações dos bisavós? Vamos, num momento de loucura, dizer que sim. Vamos supor que devido aos ancestrais abandonarem a religião judaica (o que foi o caso de muitas famílias alemãs), os descendentes, mesmo que tenham quatro anos de idade, devem morrer em câmaras de gás. Porém, como explicar a morte de cerca de 1.000.000 judeus poloneses ultraortodoxos, que confiavam em Deus, vivam para servir Deus, e mesmo assim tiveram suas yeshivot, sinagogas, e vidas destroçadas? Onde está a justiça daquele que é bom e misericordioso?
Como última explicação, vem a metáfora: um sujeito olha pelo buraco da fechadura uma pessoa sendo lentamente esfaqueada. Logo deduz que ela está sendo assassinada. Porém, quando abre a porta, descobre que na verdade trata-se de um paciente durante uma cirurgia: o homem que está “esfaqueando” na verdade é um médico executando a operação visando salvar sua vida, ele não estava vendo toda a cena pois havia uma porta. Assim também poderíamos encarar a Shoá: estamos vendo apenas uma parte, um ângulo, um ponto de vista. E outras formas de enxergar são impossíveis aos olhos humanos, não podemos “abrir a porta” e constatar a existência de médico e uma cirurgia por trás de tudo. É uma resposta bonita, porém a pilha de corpos esqueléticos e as montanhas de cinzas fotografadas nos campos de concentração não me permite relativizar a morte, interpretar que estou vendo tudo através do “buraco da fechadura”. Não. Nada justifica, não pode haver nenhuma razão maior ou mais nobre que explique tanto sofrimento. Por mais que seja uma “cirurgia”, as marcas das unhas das câmaras de gás comprovam que ela por si mesma é terrivelmente cruel.
A pergunta permanece. Ela não pode ser respondida com uma outra pergunta, com uma explicação causal ou com uma metáfora. Todas essas opções são artificiais.
Não arriscarei respondê-la e sugiro que todos que façam o mesmo. Prefiro colocá-la na lista de “perguntas impossíveis de responder de acordo com o judaísmo”. Não confunda com a metáfora. A metáfora diz que há uma razão, um porque maior que não conseguimos entender. Eu estou dizendo que não há razão, que não se pode responder, que é o mesmo que perguntar “Como Deus sempre existiu?”, ou “O que havia antes de existir alguma coisa?”.
Mas, registre-se aqui, por curiosidade, a resposta dada em uma entrevista curta que li no Estadão faz muitos anos, com um sobrevivente que emigrou para o Brasil cujo nome já não me lembro: “não sou religioso, mas acredito em Deus. Não acredito que o mundo e sua complexidade vieram do nada, ou foram frutos de uma explosão. Mas acredito que naqueles anos, Ele estava cego. Não há outra explicação. Ninguém poderia assistir tudo àquilo sem fazer nada, impossível contemplar tanta crueldade com seus filhos. Ele se afastou e não viu. Sumiu por alguns anos, simplesmente desapareceu e abandonou.” Entre pensar que Deus ficou do lado do povo judeu, do lado nazista, ou de nenhum dos lados, prefiro esta última opção.
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O artigo esta muito bem escrito e as ponderações estao muito boas .
Infelizmente nao acredito que possamos de alguma forma entender toda a barbárie que foi o holocausto , quanto menos tentar vincular Deus a isso .
Foi uma tragédia e única coisa que nos resta é tirarmos lições para que isso nao se repita mais.
Hoje temos um estado e um exército que zelam e garantem a nossa segurança .
Cabe a nós apoia-los ao máximo e fazer com que as divisões que existem dentro do povo diminuam.
Essa é a única forma de garantirmos a continuidade do povo judeu e a nao repetição do holocausto .
concordo 100%, valeu
Eu acho que Israel tem muitos problemas sociais, morais, e raciais. Há muita intolerância e o coração de muitos se afastaram de Deus. Há muita violência e ódio.
O estado e o exercito judeu não resolve nada disso!
De geração a geração, do Egito; da conquista da Terra Santa; da Babilônia; da dominação de Roma; do Nazismo; e das guerras modernas, que ocorre sempre o mesmo erro!!! As gerações esquecem sempre o verdadeiro significado de ” Ouça Israel o seu senhor é Deus, e o seu Deus é único ”.
Deus é amor, é perdão, é tolerância, é saber conviver com o próximo, Deus não é violência, não é ódio etc… Por tanto não existe segurança em Israel pois Israel mais uma vez se afasta do seu Deus.
* Como sempre foi! De geração em geração.
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***Essa é a única forma de garantirmos a continuidade do povo judeu e a não repetição do holocausto ***
A única forma de continuar a continuidade do povo judeu é nunca se afastar do seu Deus. E não é o povo que mantem a existência de Israel, mas sim; um pequeno grupo dentro de um mar de gente que não se desviam de Deus. É por isso, por uma centena, dezena ou sei lá quantos (mas poucos) que os judeus continua a existir.
* Sempre foi assim!
Na babilônia veja bem; foram algumas dezenas e no final apenas 1 que não se afastou de Deus ( que muitos o chamam de ”anjo Daniel” – profeta Daniel pra outros). Então: por 1 (uma) única pessoa que Israel continuo existindo. Então não é o povo, e sim os que entendem o que significa amar a Deus.
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A única forma de evitar holocausto? Não pode! E se por acaso foi uma decisão divina? E se Deus assim quis que acontecesse?
Olhe bem: ” O fruto do holocausto foi a volta da existência de Israel.”.
Você sabia que na fivela dos cintos dos nazistas, tem uma frase que diz: “GOTT MIT UNS” (“Deus conosco”). Os alemães eram tão cristãos como qualquer outro. E ser cristão nada mais é que ser judeu. Tem a mesma essência. O Deus é o mesmo!… jesus cristo e os apóstolos nunca foram cristão, morreram todos como judeus. Até o Paulo de Tarso que aceitou a nova designação romana para os judeus que acreditavam em jesus – cristão ( aqueles que acreditam no homem que morreu na cruz ) – morreu como judeu. A separação entre cristão e judeus foi fruto da mão humana e nunca da mão divina.
Então o holocausto nazista foi judeu fazendo mal pra judeu, e não Deus fazendo mal pra judeus!
Alias os tanques de guerras americanos que derrubavam as muralhas dos campos de concentração tinham uma estrela. Estrela, entendes? estrela de David. Coincidência ou não, era o desenho de uma estrela!
No fim todos acreditavam está fazendo a obra de Deus!
Isso ta descrito na bíblia: ” E o Deus de Israel então esteve com Daniel e não deixou que ele se machucasse ”
Pode ver? mesma coisa que os nazista fizeram praticamente. Sempre existiu holocausto judeu. E a resposta sempre foi a mesma: ” O coração do povo de Israel se afastou de seu Deus ”.
A Babilônia caiu e os judeus voltaram a terra santa. Depois se afastaram de Deus outra vez – como de costume. Então veio os ramos, expulsou, escravizou e matou os judeus. Que foram condenados a vagar pelo mundo…até que pagassem todas dividas.
Israel retornou a existir mais uma vez, e mais uma vez cometem o mesmo erro!
A história sempre se repete até que aprendam a lição, e a lição é velha, é antiga: ”ouça Israel o seu senhor é Deus e o seu Deus é único”.
*** Cabe a nós apoia-los ao máximo e fazer com que as divisões que existem dentro do povo diminuam.
Ao máximo a que preço? Apoiar uma instituição humana ao máximo, esse termo máximo já é profano por natureza. Apenas a Deus se pode amar e apoiar ao máximo… O exercito israelita luta pela existência do seu povo e não pelo nome do seu Deus. E o preço desse apoio ao máximo é a construção de mais ódio entre seu inimigos.
Essa é a grande diferença. Você está apoiando o ódio e não o amor!
E Deus não estará sempre na primeira fileira no campo de batalha fortalecendo o coração dos soldados de David. Um dia a casa cai!…como sempre aconteceu. Porque Deus não é ódio.
O seu senhor é Deus: significa que o seu senhor é o amor ao próximo, é a tolerância, é a ajuda ao próximo, é não odiar o seu próximo, é não guardar rancor; não para a vingança; não para a violência; não para assassinato; não para roubo; não para adultério; não para guerras; não para exploração etc…
E seu Deus é único: significa que tudo isso é sua verdade universal.
Em vez de fortalecer o estado e o exercito, porque não fortalece a educação?
* o nome dele é : Alexander Liberman
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Veja a história do judeu polonês que sobreviveu a sete campos de concentração
link:
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/veja-historia-judeu-polones-sobreviveu-sete-campos-concentracao-682985.shtml
Bora ler!
http://fimdafarsa.blogspot.com.br/2009/10/resposta-ao-pastor-sergio-ricardo.html
Fortalece também : a compaixão!
Mas vamos trocar: O FORTALECER O ”ESTADO E O EXERCITO”
por: ”EDUCAÇÃO E COMPAIXÃO”
E você está indo no mesmo caminho dos nazistas…
Exercito gera ódio.
Deu não é ódio, tas virando a costa para Deus.
Essa é a base de tudo!
Bora ler!