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Parashat Miketz

Parashat Miketz
Os Jogos Olímpicos, criados pelos gregos e enquadrados sob o lema «Citius, Altius, Fortius», convidavam os indivíduos para uma competição de morte onde a glória era alcançada apenas pelo mais rápido, pelo mais alto e pelo mais forte de todos os concorrentes do grupo.
Hanukah: Citius, Altius, Fortius
Excerto do ensaio original de: Eng. Enrique Medresh, da publicação eletrónica Reflexiones sobre la Parashá.
Devemos saber que a batalha que Israel travou contra os gregos, e por cujo triunfo se celebra Hanukah, foi, ao contrário da travada em Purim, principalmente de natureza espiritual e não física, sendo por isso comemorada de uma maneira puramente espiritual – acendendo uma luzinha, muito simples e espiritual. Além disso, a alegria desta festa é reduzida, pois, nessa luta, um grande número de judeus – os chamados helenistas ou mityavnim, grandes admiradores da cultura grega, – tomaram o lado dos gregos, causando uma espécie de guerra civil.
Ao identificar as diferenças ideológicas existentes entre a filosofia grega e a Torá, descobrimos que a cultura grega surge da concepção de que estamos dentro de um universo perfeito e imutável, que sempre existiu e sempre existirá, que é governado por leis naturais igualmente imutáveis. E essa natureza representa um valor absoluto inquestionável, que o Homem somente pode descobrir e admirar. Sob esse esquema, o ser humano é a criatura mais desenvolvida, representando o ponto central, o objetivo, o pináculo do universo. De tal maneira que a beleza natural encontrada no homem é para eles a expressão mais alta da estética e do belo, e o filósofo, com suas as ideias elevadas, representa o pensamento mais sublime que se possa imaginar.
Em contraste com a concepção grega descrita acima, a Torá mostra-nos uma visão radicalmente diferente, ensinando-nos que vivemos num universo em mudança, que teve um começo e terá um fim, um universo que foi intencionalmente projetado e criado de maneira incompleta e que é governado por um De’s único que, transcendentalmente separado da Sua Criação, ocupa o lugar mais alto que existe, representando assim o centro do universo e a fonte da verdade e da sabedoria.
Dentro dessa luta ideológica, cada um dos três decretos que Antíoco IV (Selêucides), o governante grego, impôs ao povo de Israel, foi uma reação dos gregos à afronta que eles consideravam que a Torá apresentava à sua visão do universo.
Uma consequência óbvia das ideias fundamentais mantidas pelos gregos foram as suas ideias (erradas) sobre a concorrência. Por exemplo, ao conceber que o tempo é circular, sem o conceito elíptico de tempo que o judaísmo tem, eles tiveram necessariamente que concluir que não existe avanço ou progresso real, nem no Homem nem no cosmos. Esta perspectiva, somada aos outros princípios gregos mencionados acima, fez do Cosmos, do ponto de vista helénico, um lugar muito limitado.
Num universo concebido como fixo e limitado, os recursos a serem distribuídos são finitos e as descobertas por fazer são contadas, tornando cada indivíduo um potencial concorrente e oponente, naturalmente convidando a uma luta para conquistar esses recursos e descobertas.
Consequentemente, eram realizadas competições públicas frequentes em cada uma das áreas em que se pudesse demonstrar excelência. Tanto na cerâmica quanto na poesia, na pintura, na oratória e na arte dramática, a glória era a recompensa para quem demonstrasse superioridade. Os Jogos Olímpicos, criados pelos gregos e enquadrados sob o lema «Citius, Altius, Fortius», convidavam os indivíduos para uma competição de morte onde a glória era alcançada apenas pelo mais rápido, pelo mais alto e pelo mais forte de todos os concorrentes do grupo.
Obviamente, a competição é uma das atividades mais saudáveis ​​que existem. Acaba com a inércia, elimina a estagnação e a complacência, destacando aquilo que de mais valioso há no Homem, obrigando-o a dar o seu melhor. E isto é algo muito positivo.
O problema está no sentido que os gregos deram à concorrência.
Isso ocorre porque, quando colocamos uma pessoa a competir contra outras, negamos um dos princípios fundamentais da vida e do judaísmo – o valor da individualidade.
O judaísmo expressa-nos isso dizendo que «Adão foi criado como uma entidade exclusiva, com o objetivo de nos ensinar que cada indivíduo tem o valor de um mundo inteiro e que aquele que salva uma vida é considerado como se tivesse preservado o mundo inteiro … »
Da mesma forma, o Talmud ensina-nos que «todo artesão (oman) odeia aqueles que exercem o mesmo ofício». A lógica por trás desta afirmação é que, já que o indivíduo pode ser substituído pelos seus concorrentes, ele sente que não só não é indispensável; não é nem sequer necessário. Esse tipo de competição traz inveja, baixa autoestima e ódio. A harmonia autêntica e a consequente unidade são atingidas quando cada indivíduo percebe que os seus talentos, qualidades e características são únicos e apreciados.
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